FT - O que pensa e sente um forcado quando salta a trincheira para pegar um toiro?
SM - Sinto um peso e uma responsabilidade grande sempre que piso uma arena.
FT - Consegues descrever a sensação de ficar frente a frente com um toiro?
SM - É uma adrenalina inexplicável, sinto-me à vontade, com muito respeito pelo oponente, porque sem duvida que estar ali de caras com um toiro é um momento único que vive e se sente dentro das nossas veias, a vontade de o vencer, de pegar e não o deixar, sentir aquela massa bruta nos braços e no fim saber que quem mandou e triunfou fomos nós e não o animal.
FT - Qual a ganadaria que mais gostas de pegar?
SM - Já peguei toiros de muitas ganadarias, mas o toiro que mais gosto de sentir e estar frente a frente sem duvida alguma que é o toiro da ganadaria Murteira Grave.
FT - Com os anos que levas de forcado, notas diferença nos toiros em termos de bravura, resistência e força?
SM - Sim, sinto muita diferença, agora os touros estão mais fortes e maiores, em bravura julgo estarem iguais.
FT - Entendes necessário alargar a seguranças dos forcados na corrida de toiros?
SM - Sem duvida nenhuma as bandarilhas têm de ser mais seguras.
FT - Entendes necessário criar um seguro extraordinário para os forcados?
SM - Sim, pelo respeito que o forcado merece e por ser na festa quem está mais desprotegido.
FT - Pensas que a associação de forcados amadores defende os interesses reais dos forcados? Há algo mais a fazer? Se sim, o quê?
SM - Não, não defende. Devia olhar para todos os grupos da mesma maneira e deixar de descriminar grupos que merecidamente lutam e defendem o que mais gostam de fazer que é pegar toiros, uma arte única que o forcado faz sem qualquer interesse que não seja o amor, o gosto e a defesa da cultura portuguesa.
FT - Quais são as tuas referências dentro da forcadagem, estando no activo ou retirados?
SM - Sem duvida alguma Joaquim José Penetra já retirado e na actualidade o nosso cabo João Machacaz.
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