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DELEGADA DE SAUDE TENTA BLOQUEAR CORRIDAS EM SANTARÉM
DELEGADA DE SAUDE TENTA BLOQUEAR CORRIDAS EM SANTARÉM
05 de Junho de 2021

Em causa a realização das 2 corridas de toiros agendadas

Passamos a transcrever o comunicado enviado até nós pela Associação Praça Maior:

 

Orientação da DGS nº 028/2020, e também à Orientação Conjunta da DGS e IGAC com as medidas especificas para os espetáculos tauromáquicos.

Infelizmente a Senhora Delegada de Saúde resolveu, atropelando todas as Normativas em vigor, criar um enquadramento único e exclusivo para a Praça de Toiros Celestino Graça, e quais as razões que invoca?

A primeira é que os aficionados se “portaram mal” na Corrida de Toiros que se realizou em setembro de 2020.

Como se recordam foi uma corrida que esgotou a lotação permitida de 50% e onde foi rigorosamente implementado todo o Plano de Contingência da Praça atualizado à data e aprovado pela DGS.

Diz a senhora Delegada de Saúde que correu mal… mas os factos são estes:

  1. 0 (zero) surtos de Covid associados à realização do referido espetáculo;
  2. 0 (zero) multas ou processos de contra-ordenação da IGAC relacionadas com algum tipo de incumprimento no espetáculo;
  3. 0 (zero) espectadores autuados ou colocados fora da sala de espetáculos por incumprirem indicações da força policial da PSP que realizou o policiamento do mesmo;
  4. 0 (zero) ocorrências de desacatos registados pela PSP antes, durante e imediatamente depois do espetáculo dentro e/ou nas imediações da Praça de Toiros;
  5. 0 (zero) acidentes de tráfego, ou outros, ocorridos depois das 14h30 horas e antes das 20h30 horas desse dia nas imediações da Praça de Toiros;
  6. 0 (zero) condutores com registo de álcool acima do permitido por lei, testados entre as 19h30 e as 20h30 nas saídas da cidade de Santarém nesse dia.

Quando ainda há poucos dias vimos todos as cenas da Final da Champions League na cidade do Porto e vários elementos do Governo consideraram que o evento foi um sucesso, e há poucas semanas tivemos os festejos do Sporting e a ARSLVT praticamente não verificou surtos associados, tendo até o Secretário de Estado da Saúde referido que uma possível subida de casos que aconteceu no concelho de Lisboa à posteriori não se podia relacionar com esse momento, o que podemos considerar isto se não uma situação de perseguição?

E a segunda razão elencada pela Delegada de Saúde é a situação epidemiológica.

Quando em setembro do ano passado não tínhamos vacina, nem sabíamos quando íamos ter, a Delegada de Saúde considerou a Praça de Toiros Celestino Graça uma sala de espetáculos, onde se podiam cumprir as normas em vigor. Hoje, que temos quase 6 milhões de vacinas administradas, 37,5% da população com pelo menos uma dose de vacina, incluindo todos os grupos de risco, quando temos uma média de mortes diária de quase zero e quando temos as UCIs a menos de 5% da sua capacidade instalada, quando o Governo acaba até de decretar um conjunto de normas de reforço do desconfinamento já a partir do próximo dia 14, quando estamos a entrar no Verão, época menos propicia à propagação do vírus, vem a senhora Delegada de Saúde dizer que estamos pior do ponto de vista epidemiológico e decretar restrições para a realização de um espetáculo cultural numa sala de espetáculos, quando estes têm uma normativa própria emitida pelo próprio Governo que já tem em conta esta mesma situação?

 

Esta posição é vergonhosa, e não podemos deixar de a considerar um inacreditável abuso de poder e um ataque discriminatório à Praça de Toiros Celestino Graça e à própria Tauromaquia.

Sabemos que num tempo em que muitos gostavam de ver a Tauromaquia como um espetáculo a definhar seja duro verificarem que somos um espetáculo vivo, que em menos de 20 dias de vendas esgotou a maior Praça do país e se encaminha para esgotar pela segunda vez.

Mas não aceitamos ser discriminados ao arrepio de todas as normas em vigor para a tauromaquia e que, escrupulosamente, cumprimos!

Portugal é um Estado de Direito no qual não podem existir “Xerifes” que impõem a sua vontade

pessoal no seu território.

Importa recordar que a decisão em avançar para a reabertura da Praça de Toiros e realização destas duas corridas de toiros em causa (com relevantes impactos para todos os intervenientes onde se incluem muitas dezenas de empresas e outros agentes económicos - quase 100 entre patrocinadores e prestadores de serviços - com avultados compromissos financeiros e operacionais já assumidos ao dia de hoje) foi apenas tomada quando, no contexto da situação de calamidade, a mesma foi tornada possível ao abrigo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 45-C/2021, de 30 de Abril, da orientação 028/2020, atualizada a 16/04/2021, e da supra referida orientação conjunta IGAC/DGS para a realização de espetáculos tauromáquicos.

São estas as normas e orientações em vigor e sobre as quais, num estado de Direito, nos consideramos regidos.

Hoje de manhã, apelámos para que, superiormente, as Entidades Governamentais esclareçam cabalmente se proíbem a Praça de Toiros Celestino Graça de ter as regras de todas as demais salas de espetáculos do país e que, se assim o fizerem, se justifiquem perante os milhares de aficionados que já adquiriram os seus bilhetes para as corridas dos dias 10 e 12 de junho. Carecerão dessa justificação também todas as empresas envolvidas, todos os artistas e todos os prestadores de serviços, e ainda todos os agentes da economia local, em especial da hotelaria e restauração, que ao dia de hoje já muito investiram na preparação da receção da enorme quantidade de reservas que já têm para estes dias, encontrando-se muitos deles já esgotados.

Apelamos também à afición para que manifeste desde já a sua indignação e questione as autoridades locais e centrais sobre a situação de Santarém.

Estamos a menos de uma semana das Corridas dos dias 10 e 12 de Junho. Temos tudo pronto para abrir novamente esta grande sala de espetáculos! Mas só o faremos com a lotação de 50% permitida pelas normas em vigor para todas as demais salas de espetáculos.

Cuidado com a Saúde, sim! Discriminação, não!

Contamos convosco, pois é juntos que fazemos da Monumental Celestino Graça uma Praça Maior!

 

Os órgãos sociais da Associação Praça Maior,

Diogo Palha, Diogo Sepúlveda, Francisco Empis, João Cabaço, João Torres, João Pedro Seixas Luís, Joaquim Pedro Torres, Pedro Seabra.