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FESTIVAL TAURINO EM VILA VIÇOSA
FESTIVAL TAURINO EM VILA VIÇOSA
12 de Março de 2016


 
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Tarde soalheira a convidar uma ida aos toiros

VII Festival Taurino da Rádio Campanário- 12 de Março- 15horas- Vila Viçosa

 

Um cartel composto por António Ribeiro Telles, Ana Batista, João Moura Jr., Leonardo Hernandez, Marcos Bastinhas e João Telles Jr.. Os forcados amadores de Montemor e São Manços. O curro foi composto por seis exemplares novilhos/toiros das ganadarias Casa Prudêncio, Francisco Romão Tenório, Quinta de Mata-o-Demo e David Ribeiro Telles. Abrilhantou a corrida a banda da escola de música do Centro Cultural de Alandroal. Dirigiu a corrida, Agostinho Borges, com o Cornetim José Henriques e o Médico Veterinário José Miguel Guerra.  

A abrir praça esteve o cavaleiro António Telles frente a um exemplar da Ganadaria Quinta Mata-o-Demo. Cravou três ferros compridos. Ferros somente a testar o toiro em sorte. Trocou de montada, regressando nos curtos. Ferros regulares, ao seu estilo. O toiro não deu para mais, tinha pouca transmissão, de investida sonsa, sempre pelo seu caminho. Não carregava demais na sorte, tendo assim facilitando um pouco a vida do cavaleiro, fazendo da lide um treino para a temporada. A lide foi decrescendo, tendo o cavaleiro dado o seu melhor dadas as circunstâncias. Uma lide ao som da música, com o público a aplaudir em que o cavaleiro cumpriu.

Para a pega do primeiro, foi à praça o grupo de Montemor, com o forcado Bernardo Dentinho à cara, consumando a pega à primeira tentativa. Praça em silêncio no momento de citar. Reuniu bem à córnea, tendo o grupo fechado com coesão. Cavaleiro e forcado dão volta à praça.

Ana Batista esteve perante um toiro Casa Prudêncio. Um toiro complicado, sempre a refugiar-se em tábuas, revelou muita mansidão logo desde o início da lide. A cavaleira Cravou o primeiro comprido com dificuldade, tendo sido o segundo, um bom ferro, com mérito, a sesgo, como manda a sorte. Nos curtos, o primeiro foi bem desenhado mas mal cravado. O toiro ao estar sempre em tábuas, dificultou a cravagem dos curtos à cavaleira.

Para a cara deste oponente, esteve Jorge Valadas do grupo de São Manços que consomou à primeira tentativa. Citou de largo e com enfase. Não reuniu no seu melhor mas conseguiu enfrentar todos os derrotes do toiro. O grupo demorou a reunir. Cavaleira e forcado dão volta à praça.

Em seguida, João Moura Jr.. lidou um toiro Francisco Romão Tenório. Optou por cravar 2 compridos, a testar o toiro e terrenos. Trocou de montada. Nos curtos, para o toiro em frente, esteve bem. ‘’Sobrou’’ muito cavalo em relação ao toiro. Faltou garra da parte do toiro. As cravagens foram boas, dadas as circunstâncias do momento. O toiro caiu várias vezes. Terminou a lide com um ferro de palmo. Público aplaudiu satisfeito.

Para pegar o terceiro da tarde, António Calça e Pina, dos amadores de Montemor, que consumou à primeira tentativa. Citou de largo e com galhardia, com o grupo a ajudar de forma coesa.

Seguiu-se um breve intervalo.

Retomou-se o festival com Leonardo Hernández a abrir a segunda parte. O nosso vizinho espanhol lidou um exemplar de Francisco Romão Tenório. Os compridos foram bem cravados, a entrar pelo toiro. Bons curtos também, com o público a aplaudir e a pedir musica. O quarto curto de boa nota, cravado em terrenos apertados. Trocou de montada. Regressou cravando mais um curto em bons terrenos, ornamentando a lide com números artísticos por parte da montada. Talvez um pouco de ornamentos ´´circenses´´ a mais. Terminou a lide com três ferros de palmo e a praça de pé. A pedido do público ainda cravou mais um ferro de palmo. Terá tido pela frente o toiro mais bravo da corrida.

Para pegar este exemplar, esteve em praça São Manços, forcado José Quintas, que consumou ao segundo intento. Uma pega sem história, mas quem sabe, uma jovem promessa. Valeu pela idade do forcado. Cavaleiro, forcado e ganadeiro dão volta à praça, tendo o cavaleiro, dado duas voltas ao ‘ruedo’.

No penúltimo da tarde, esteve em praça Marcos Bastinhas perante um toiro Francisco Romão Tenório. Recebeu bem o toiro, cravando dois compridos de boa nota. Trocou de montada. Nos curtos, cravou o ferro ao meio da praça, chamando o toiro de praça a praça. O melhor ferro curto da tarde de toiros coube ao Marcos. Uma lide rápida, com alguma velocidade. No entanto o cavaleiro cumpriu, esteve bem, ao seu próprio estilo. Trocou de montada após os curtos e regressou com um ferro de palmo para terminar a lide. O público pediu mais e o cavaleiro optou por um par de bandarilhas, para fechar assim a lide ‘’à casa Bastinhas’’. Para a pega, foi à cara o forcado de Montemor, Nuno Campelo, que apenas consumou à terceira tentativa. Não conseguia reunir bem, recuava, no entanto adiantava demais as mãos. O grupo também não prestou auxílio com a coesão que lhe é característica. Cavaleiro deu volta à praça, com emoção, recebendo as melhoras ao seu pai. (Aproveitamos o momento e endereçamos as rápidas melhoras ao maestro Joaquim Bastinhas).

Para o último da tarde, João Telles Jr., que lidou um toiro da ganadaria da sua Família, David Ribeiro Telles. Recebeu o exemplar com dois compridos, ferros estes sem história, mal colocados, sem preparação para o momento da cravagem tanto do cavalo como do toiro. Os curtos foram mal cravados, à garupa. Embora o toiro se tenha mostrado fraco, revelou-se falta de treino por parte do cavaleiro, pois mostrou-se descoordenado com as montadas, tendo até sofrido um pequeno embate.

À cara do último esteve Jorge Silva dos forcados de São Manços. Pegou à segunda tentativa. Outro muito jovem forcado que terá pela frente uma carreira promissora se continuar com garra e muito treino.

Foi uma tarde de toiros agradável. Deu para aquecer ambiente para a temporada 2016. Estivemos perante uma boa moldura humana, com certa de ¾ de casa fortes.

CRÓNICA: Margarida de Carvalho Pereira

FOTOGRAFIAS: Armando Alves

 

NOTA INFORMATIVA: As fotos, aqui expostas, são apresentadas numa qualidade menor devido ao seu redimensionamento para 800x600 e limitadas a 250 k.