Periodicidade: Diária - Director: Armando Alves - 26/04/2024.
 
 
IMAGENS E CRÓNICA DA CORRIDA DE ÉVORA
IMAGENS E CRÓNICA DA CORRIDA DE ÉVORA
01 de Outubro de 2018





Forcados da Terra numa grande noite

Realizou-se no dia 28 de Setembro, na Arena D’Évora a segunda grande corrida do Clube de Rugby de Évora (CRE) e Agrovisul. Uma corrida que se avizinhava bastante séria, com um belo curro de Pinto Barreiros. O Cartel seria constituído por duas importantes dinastias portuguesas: António Ribeiro Telles, Manuel Telles Bastos, Luís Rouxinol e Luís Rouxinol Jr.. No seguimento de uma lesão ocorrida num treino, Luís Rouxinol não teve oportunidade de comparecer. As pegas estariam a cabo do Grupo de Forcados Amadores de Évora e de uma seleção de forcados constituída pelo CRE, esta seleção acabou por não pegar por desentendimentos à última da hora com o IGAC. Pegou então em solitário o GFA de Évora. Apesar destas alterações ao cartel anunciado, ainda se registou uma praça com cerca de 3/4 da sua lotação. Dirigiu a corrida o Delegado Técnico Tauromáquico Agostinho Borges.

Abriu a noite António Ribeiro Telles, frente a um toiro, de 503 kg, com trapio e bravo à saída dos curros, mas com pouca força. Começou bem com os compridos, cravados no sítio certo, e um primeiro curto de destaque. António esteve sempre ao seu estilo numa lide correta e ritmada que abriu bem a noite. Teve direito a música e lide.

Para a primeira pega saiu à praça o cabo do GFA de Évora, João Pedro Oliveira, para uma pega consumada ao primeiro intento, também com direito a volta.

Seguiu-se Manuel Telles frente a um animal de 527 kg, muito grande, com uma cabeça muito bonita e córnea muito aberta, mas fraco de forças. Manuel esteve sempre ao seu estilo, com a energia que contagia o público, com um segundo comprido bom e um quarto ferro curto de destaque. Para esta pega saiu à praça o forcado João Madeira, com uma pega consumada à primeira tentativa. Para a volta à praça saiu o cavaleiro, o forcado e o ganadero.

Para terminar aa primeira parte entrou Luís Rouxinol Jr. que brindou a sua lide ao pai que se encontrava hospitalizado. Esteve frente a um toiro bem constituído, de 537 kg, com a córnea muito aberta. Não começou a lide da melhor maneira, tendo cravado um primeiro comprido muito atrasado, e falhado o 2º comprido na primeira tentativa. Nos curtos, começou também por falhar o primeiro mas esteve bem no terceiro e quarto ferro. Terminou a lide com um palmito de bom tom. Apesar de ter sido uma lide aquém da qualidade deste toureiro, teve direito a música e volta.

Para a pega, mais uma vez consumada ao primeiro intento, saiu António Torres do GFA de Évora.

Iniciou-se a segunda parte com António Ribeiro Telles de volta à arena, frente a um toiro de 515 kg, alto e com trapio. Iniciou a lide com um bom comprido, mas o segundo foi um pouco deslocado. No geral, nos curtos, esteve bem, com destaque para o quarto ferro curto, muito bom. Terminou esta lide com toda a praça a aplaudir. Teve direito a música e volta.

Para a que viria a ser a melhor pega da noite, saiu o forcado José Maria Passanha, que mostrou a sua raça, nunca tendo largado o toiro apesar da demora dos ajudas. Zé Maria Passanha pôs a praça inteira de pé e teve direito a duas voltas à arena.

Para o quinto toiro da ordem, de 482 kg, com a córnea muito aberta, alto e bem constituído, saiu novamente Manuel Telles Bastos. Iniciou a lide com 3 ferros compridos de boa nota, apesar de não ter conseguido partir o ultimo. Destaque para o quarto e para o último ferro da lide. Esteve novamente numa lide correta e ritmada bem ao seu estilo, que lhe garantiu o direito a música e volta.

Para esta pega, foi à cara o forcado Miguel Direito, que se aguentou bem frente a um toiro que saiu com pata. Consumou a pega ao primeiro intento e teve também direito a volta.

Para terminar esta noite, regressou Luís Rouxinol Jr., frente a um toiro de 460 kg, musculado, bem constituído e bravo. Rouxinol Jr. não estava nos seus dias. Falhou duas vezes o 2º comprido e quando finalmente o conseguiu cravar, resultou num ferro muito atrasado. Terminou a lide com dois bons palmitos, e teve direito a música e volta.

Para a última pega saiu o forcado Zé Maria Caeiro, que realizou uma boa pega frente a um toiro com pata, ao primeiro intento. Teve também direito a volta.

Terminou assim uma boa noite de toiros em que os verdadeiros triunfadores foram o Grupo de Forcados Amadores de Évora, com seis toiros pegados à primeira na “sua casa”.

Crónica: ANA SILVA

Fotos: ARMANDO ALVES