Foi no passado dia 16 de Março que se passou mais um Festival da Rádio Campanário no Coliseu do Redondo.

Dirigiu esta corrida o Diretor Agostinho Borges e em Cartel estavam os cavaleiros António Ribeiro Telles, Ana Batista, João Maria Branco, o rejoneador Leonardo Hernandéz e os espadas Finito de Cordoba e Ginés Marin. Para as pegas estiveram presentes os Grupos de Forcados Amadores de Montemor e do Redondo, capitaneados, respetivamente, por António Vacas de Carvalho e Hugo Ferreira. Os toiros anunciados eram das Ganadarias Prudêncio, Pinto Barreiros, Maria Guimor Cortes de Moura, Passanha e José Luís Cochicho.

A corrida iniciou-se com um minuto de silêncio por todas as personagens da Festa que perdemos nos últimos tempos, e com uma bonita homenagem. 

Iniciou a tarde o cavaleiro mais velho de alternativa António Ribeiro Telles, que frente a um Passanha musculado mas com pouca bravura cravou dois compridos de muito boa nota, e curtos ainda melhores, ainda que o oponente não tenha sido muito cooperativo. O público reagiu muito bem a esta lide que foi uma demonstração do toureio clássico “à Telles”. Para a pega, pelo GFA de Montemor, foi à cara o forcado Joaquim Borges, consumando a primeira pega da tarde à 2ª tentativa.

Seguiu-se Ana Batista frente a um Prudêncio de 500 kg muito musculado e com trapio. Abriu a lide com o Chinelito cravando dois compridos que resultaram muito bem, cravou ainda dois curtos antes de trocar para o Roncal. Com este cavalo os ferros não resultaram tão bem, chegando mesmo a levar um toque à garupa, do qual o cavalo aparentou ter saído lesionado. Pelo GFA do Redondo consumou Luís Feiteirona ao primeiro intento aquela que foi a melhor pega da tarde.

O terceiro toiro, um exemplar Maria Guiomar Cortes de Moura, de 465 kg foi lidado pelo Rejoneador Leonardo Hernandéz, que esteve bem nos compridos mas melhor ainda nos curtos onde arriscou mais e tomou mais liberdade para fazer o seu espetáculo. Foi nos curtos que conseguiu transmitir energia e emoção a toda a plateia. Com o último cavalo que usou, conseguiu cravar um ferro de destaque. Terminou a lide com 3 palmitos, todos em sorte de violino, e a pedido do público cravou um último palmito após duas piruetas à frente do toiro. Terminou a lide saltando do cavalo e abandonando a arena apeado. Fez lembrar o nosso querido Joaquim Bastinhas, que foi também homenageado no inicio da corrida. Para a pega, pelo GFA de Montemor, entrou na arena o forcado Manuel Carvalho que consumou a pega ao segundo intento.

Para terminar a primeira parte, João Maria Branco defrontou-se com um toiro muito bravo, mas de pequena estatura. Foi uma lide que começou com um toque à garupa, mas que conseguiu melhorar ainda nos compridos. Toureou num estilo mais clássico e conseguiu uma lide ritmada que transmitiu alguma emoção ao público. Terminou com um ferro muito bom. Pelo GFA do Redondo pegou o forcado André Claudino que consumou a pega ao primeiro intento.

Após um curto intervalo iniciou-se o toureio apeado com Finito de Cordoba, frente a um toiro musculado mas que pouco humilhou, tanto no capote como na muleta. Finito esteve bem no capote, mas no tércio de bandarilhas a coisa não correu muito bem, ficando apenas um par cravado no toiro. No tércio de muleta esteve bem e conseguiu transmitir alguma emoção ao público, recebendo aplausos e “olés”. Ao cravar a “espada” falhou a primeira tentativa e quando conseguiu, o ferro resultou um pouco lateral.

Ginés Marin defrontou um toiro bravo e com muita energia ao capote, o toureiro esteve bem neste primeiro tércio, ainda que sem arriscar muito. O tércio de bandarilhas não correu da melhor forma, o primeiro par resultou muito atrasado e no segundo, apenas uma bandarilha ficou cravada no animal. No último tércio o toiro humilhou, mas pouco. Ginés esteve bem no capote, mas foi no estoque final que se destacou.

Terminou assim a primeira tarde de toiros do Coliseu Redondense.

Crónica: ANA SILVA

Fotografias: ARMANDO ALVES